sábado, 25 de agosto de 2012


Projeto 16 – Eu não desisti.

Muitos meses se passaram, mas eu AINDA não desisti.
É óbvio que passado todo este tempo, eu recuperei os quilos que perdi. Não eliminei, não teve jeito, achei os benditos novamente.

Em dezembro fui ao cardiologista ver os exames de liberação para as atividades físicas: tudo em ordem, carta nas mãos e... na gaveta.

Somente agora em junho fui na academia, toda sorridente com a cartinha da médica nas mãos. E ouço um sonoro não da “mocinha”, que me disse: já tem mais de 6 meses a “senhora” pode começar mais tem que trazer outra carta médica.
É claro que foi um ótimo motivo para eu não voltar na mesma semana, nem no mesmo mês. Voltei na médica,  peguei outra cartinha, mais guias para novos exame...e fui lá fiz a matrícula no último sábado, e nesta segunda fui iniciar a via sacra.
Eu sei, falta o entusiasmo, mas ele ainda não chegou por aqui.

Bom, pensei: é segunda-feira, a tarde, todo mundo trabalhando, apenas eu estou disponível, com certeza a academia estará vazia.
Grande engano! A academia estava abarrotada de gente, de todas as idades, sexo, e centímetros.
Que susto!  Que pavor!
Eu quase voltei para casa, mandei uma mensagem para o marido, que me respondeu: preta, não sofre. Faz de conta que não está enxergando ninguém, coloca o fone no ouvido e começa.

Depois de 10 minutos esperando a recepcionista chamar o “professor” que iria me acompanhar e de o meu senso de observação já ter mapeado a academia inteira, atravessei a catraca. Não tinha mais jeito, eu não teria coragem de voltar, pular a catraca e sair correndo. Respirei e fui conversar com o professor.

Ele até que foi coerente, me ouviu, não me mediu e me encaminhou para a esteira.
Ufa! A esteira era virada para a rua, eu precisava deste incentivo para aguentar os 30 minutos iniciais.
E durante este tempo, fiquei pensando em várias coisas e muitas perguntas se formaram na minha cabeça:

- Eu não era a única disponível no mundo?
- Aquelas pessoas não deveriam estar trabalhando as 16:30hs de uma segunda-feira? Se eu não estivesse no “cabide”, com certeza estaria malhando o cérebro dentro de uma sala congelante de reunião.
- Entre as mulheres, havia uma negra linda,  treinava com uma macacão preto com as costas e sem sutiã ou top! Pode isso produção? 
- Depois que eu cheguei, a catraca não parava de girar. De onde  estava vindo tantas pessoas?

Sim. Todos estes pensamentos brigavam com a música na minha cabeça. E claro eu já estava pensando o seguinte: alguém precisa desbancar esta academia. Onde estão os concorrentes? E já estava fazendo contas: pessoasxmensalidades-custos=?

Terminei a esteira e fui para bicicleta. Desta vez de frente para um grande espelho que reflete todos os aparelhos de musculação e visão era de mulheres se exibindo nos aparelhos mais altos, algumas sorrindo muito para os rapazes, outras com bicos para as mulheres. Os homens? Engraçado, eles não notam os sorrisos das moças, mas param os exercícios para medir os braços e peitos. Só faltava fita métrica. Não deu, fui me distrai no Instagram, olhar os posts da tarde.

Passado os 15 minutos, o “professor” me apresentou o Transport, e me disse: “Olha, é apenas para finalizar. Vou programar 10 mimutos, mas você faz o tanto que aguentar”. Ele sabia, e a loura ao meu lado também. Pois me olhou atravessado por uns 2 minutos como se dissesse: sai daí sua gorda, ou você vai morrer.
Ela tinha razão, em 3 minutos eu desisti, avisei o professor que não aguentava mais e fui para o alongamento.

Esta foi a saga do 1ª dia. E na saída, 4 mulheres na recepção disputando senha para a bike class. Eu voltei para casa pensando em quem poderia ser o meu investidor, esta academia precisa de um concorrente.

A sensação? Café forte, sem açúcar e na veia.